quinta-feira, 24 de junho de 2010

Lá e Cá

Este final de semana, a Capital Federal será palco do Festival de Inverno de Brasília que, em três dias, trará atrações que vão da alquimia de ritmos de Jorge Benjor até o rock de funcionário público do Capital Inicial.

A primeira coisa que me chama a atenção nestes festivais que se espalham pelo Brasil é o passo de tartaruga em que anda a renovação da música nacional. Se compararmos a relação de artistas dos maiores festivais realizados no país, veremos que a repetição é a regra. São sempre os mesmos nomes, acrescidos de atrações de colorido mais regional aqui e acolá.

Pode-se argumentar que, diante dos altos custos envolvidos numa produção complexa como a de um festival, ninguém quer se arriscar. É justo, mas é também por conta dessa mentalidade conservadora que o panorama do pop rock nacional mostra-se cada vez mais pavoroso.

Enquanto isso na Inglaterra, neste mesmo final de semana realiza-se um dos mais variados, ricos e antigos festivais de música do planeta, o lendário Glastonbury. A lista assusta e maravilha pela quantidade e qualidade dos músicos envolvidos. Há desde o rock épico do Muse até o mestre do soul e um dos maiores músicos de todos os tempos, Stevie Wonder. Há vários palcos, possibilidade de banhos de lama e a sempre saudável perspectiva de surpresas proporcionadas tanto por novatos quanto por veteranos.

Realizado há quarenta anos numa fazenda inglesa, Glasto, como é conhecido por lá, é uma verdadeira instituição britânica, um propulsor de carreiras e uma espécie de prova de fogo para artistas iniciantes. Ou então para dinossauros demonstrarem que ainda são relevantes.

É o caso do U2, que fecha a noite de sexta sem a mega-estrutura de sua última turnê. Quem tiver o privilégio de estar por lá, vai poder conferir se os irlandeses dão conta do recado independente de palcos-monstros e de tecnologia de ponta.

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