sexta-feira, 17 de julho de 2009

Até Agosto

Pessoal,
Estou saindo de férias.
Volto em agosto com muita música, cinema e literatura.
Grande abraço.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Hablas Español?

Mar, mar, mar
Madrugadas y gaviotas de puerto
Mar, mar, mar
La buena esclavitud de ser amado
Mar, mar, mar
El día pasa de una costa a otra
Mar, mar, mar
Infinito en que la libertad ha muerto...

Músico argentino Leo Garcia, música Mar, no disco do mesmo nome.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Capas Clássicas

Falar deste disco é chover no molhado. Primeiro grande disco de rock and roll, primeiro álbum do maior mito do estilo, Elvis Presley, primeiro a chegar ao primeiro lugar das paradas, enfim, a relação de “primeiros” é longa.

É, sem dúvida, também a primeira capa clássica do rock. Usar o velho clichê de que uma imagem vale por mil palavras é quase inevitável. Mas, realmente, está tudo estampado nesta foto incrível.

Clicado em preto-e-branco, Elvis empunha seu violão e escancara o bocão. Está jovem, muito magro, vestido de forma simples. Tem o mundo inteiro para conquistar. Sua atitude é rebelde, intensa e selvagem. O repertório é perfeito: Tutti Frutti, I Got A Woman, Blue Moon, Blue Suede Shoes etc.

Já havia Chuck Berry, Little Richard, Carl Perkins e Bill Haley, mas sem esse garoto caipira e sexy, o rock dificilmente teria alcançado as massas de maneira tão explosiva.

Explosão impecavelmente registrada em imagem e som.

Long live rock’n’roll!

terça-feira, 14 de julho de 2009

Rebeldia Sem Causa

Um dos filmes mais legais sobre a juventude na década de 60 é Febre da Juventude (I Wanna Hold Your Hand, EUA, 1978), do diretor Robert Zemeckis.

Contando uma história deliciosamente boba sobre um grupo de moças e rapazes que fazem de tudo para assistir a uma apresentação dos Beatles, no programa de TV The Ed Sullivan Show, o filme é uma sessão da tarde divertida e inconsequente, mas simplesmente perfeita para quem curte Beatles.

Eu mesmo, beatlemaníaco inveterado, já devo ter visto o filme umas quatro vezes.

Aproveitando certa disposição nostálgica que me acomete vez ou outra, resolvi fazer uma seleção de clássicos da primeira era do rock.

São músicas que fundaram o som que mudaria a juventude do mundo ocidental, e até hoje causam estranhamento em mentes convencionais e avessas a mudanças.

Então, lá vai:
1That’s All RightElvis Presley
2Heatbreak HotelElvis Presley
3 Keep On KnockingLittle Richard
4 Peggy Sue Got MarriedBuddy Holly
5 Everyday Buddy Holly
6 Johnny B. GoodeChuck Berry
7Roll Over Beethoven Chuck Berry
8Help Me RondaThe Beach Boys
9 Be My Baby The Ronnetes
10Stand By MeBen E. King
11Twist And Shout The Beatles
12 I Wanna Be Your ManThe Rolling Stones
13
You Really Got Me The Kinks
14 My GenerationThe Who
15
I Got a Woman Ray Charles
PS: Para conhecer melhor os primórdios do rock, recomendo duas trilhas sonoras geniais: American Graffiti, álbum duplo que tem desde Rock Around The Clock, de Bill Haley, até All Summer Long, dos Beach Boys, e Stand By Me, jóia saudosista que me apresentou o som dos anos 50.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Rock Beneficente

Hoje, 13 de julho, é o Dia Internacional do Rock. Pode? Pode. Tem-se dia para tudo atualmente, e o rock não poderia ficar de fora.

Pesquisando na internet, descobri que a data é comemorada desde 1985, ano no qual nos dois lados do Atlântico se realizou o mega-show beneficente Live Aid, evento que reuniu a nata do pop-rock do período.

Lembro que foi num compacto do show exibido pela Rede Globo, que vi pela primeira vez o U2. Confesso que não entendi direito aquela banda com postura messiânica, canções politizadas e um vocalista metido a galã que, lá pelas tantas, puxava uma garota da multidão e ficava abraçadinho com a coitada. Eu hein...

O que eu achei o máximo mesmo foi Tina Turner roubando o show de Mick Jagger. Que mulher era essa, pessoal? Ninguém segurava Tina. Além de cantar demais, ela dominava o palco como se fosse um furacão de energia e brilho. Junto a Jagger, interpretou State Of Shock.

Histórico também foi Freddie Mercury dominando o público de Wembley como se tivesse no quintal de sua casa. Em Radio Ga Ga e We Will Rock You, o líder do Queen regeu o estádio, dançou de um lado para o outro e, como sempre, cantou divinamente. Acho que, em toda a história do rock, nunca existiu um vocalista que tivesse tamanho prazer em estar num palco. Vê-lo era um privilégio.

No mais, Duran Duran no piloto automático, Dylan mal acompanhado de Keith Richards e Ron Wood (estavam todos bêbados?), Madonna vestida como garota-propaganda da pior moda produzida na época, Sting no auge da carreira-solo, e um monte de gente que desapareceu completamente (quem se lembra, por exemplo, de Spandau Ballet?).

Obviamente que espetáculos como esse não resolvem os problemas que os motivam. A fome na África segue matando pessoas todos os anos, mas me parece que as intenções do idealizador do Live Aid, Bob Geldof, eram as melhores.

Se rock stars usam desses eventos apenas para se autopromoverem, aí já é outro problema. Só me incomoda um pouco é que tenha sobrevivido na memória coletiva apenas a festa, enquanto a tragédia por trás dela continue esquecida.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Disco da Semana

O trio sueco Peter Bjorn and John tornou-se conhecido mundialmente graças ao megahit Young Folks, uma dessas maravilhas para se cantar junto, que, vez ou outra, caem no gosto popular.

O disco no qual a música aparecia se chama Writer’s Block e trazia outras faixas extremamente grudentas (no bom sentido) como Amsterdam e Objects Of My Affection. Altamente recomendável.

O sucessor de tamanho sucesso se chama Living Thing e flagra um ótimo grupo em momento de transição. Diante da velha encruzilhada, na qual muitos artistas se vêem obrigados a escolher entre repetir a fórmula vencedora ou seguir trilhando novos caminhos, os rapazes da Suécia (país pródigo em bons grupos de pop rock) optaram por fazer um disco bastante diferente, que, no entanto, mantém a identidade do som da banda.

Eles agora experimentam com sons eletrônicos, melodias quebradas, coros infantis e uma série de recursos que, juntos, formam um disco muitíssimo agradável e interessante.

Gosto especialmente da faixa de abertura, The Feeling e Nothing To Worry About, músicas excelentes para começar o dia com um sorriso na cara e a certeza de que a música pop ainda pode atingir as massas sem perder a inteligência e o bom gosto.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

No Centro de um Planalto Vazio

O inverno em Brasília é, para mim, a estação mais bonita do ano.

A seca ainda não castiga tão severamente, faz um friozinho agradável de noite e, durante o dia, a luz atinge uma plenitude impressionante. Fora o céu, que vai do azul mais absurdo aos meios tons que adornam o entardecer. Um espetáculo.

Gosto da cidade, que, ao contrário do que dizem os não locais, não é impessoal e fria. É preciso cuidado para descobrir os pequenos encantos de Brasília.

Cuidado que tiveram alguns compositores, que elegeram a capital federal como musa inspiradora.

Renato Russo talvez seja o mais célebre deles. É dele, por exemplo, Música Urbana, famosa na gravação do Capital Inicial, e que fala de pontos marcantes da cidade como a torre de TV e a plataforma da Rodoviária.

Mais brasiliense, então, é Eduardo e Mônica, com a letra mencionando o Parque da Cidade, a galera da universidade e a tchurma alternativa. E o que dizer de Faroeste Caboclo, verdadeiro épico glauberiano passado sob o sol do cerrado?

Toda vez que me lembro dessa música, fico pasmo com a popularidade da Legião à época do lançamento do disco Que País É Esse (1987). Somente Renato e seus legionários poderiam ter lançado uma música de quase 10 minutos, com referências a Brasília, que somente quem mora aqui consegue entender, e fazer um sucesso descomunal.

Outro grupo que é a cara de Brasília é o Plebe Rude. Embora não tenha resistido às pressões do sucesso, o grupo – considerado por muita gente boa um dos melhores do rock brasileiro – trouxe uma raiva e uma energia muito necessárias para a cena nacional.

O Capital Inicial também tinha uma marca muito brasiliense em seu som. Não por acaso, o baixista e o baterista da banda, os irmãos Flávio e Fê Lemos, foram companheiros de Renato Russo, no seminal Aborto Elétrico. Daí, que o primeiro disco do Capital, de 1986, é um meio termo entre o punk politizado do Aborto e o som mais pop que o grupo acabaria adotando no futuro.

Agora, para quem tem entre 35 e 45 anos (como é o meu caso), nada é mais Brasília que o mala Oswaldo Montenegro. Lá no início da década de 80, ele arrastava multidões aos teatros da cidade para assistir seus musicais.

Mérito lhe seja dado, algumas músicas resistiram ao passar do tempo e até hoje se pode escutar com certo prazer a Léo e Bia e Bandolins.

Ele já era um chato, mas, sem dúvida, soube traduzir em música e letra o clima místico e isolado de uma cidade que foi construída no meio do nada, com um lago artificial e uma arquitetura do futuro.

E presenteada com um céu como nenhum outro no mundo.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Maestro Zezinho, qual é a música?

Essa frase hipnotizava, todo domingo, milhões pessoas que, por volta das 14 horas, sintonizavam o Qual é a música, no programa Silvio Santos.

Era final da década de 70 e início da de 80, e o show dominical imbatível fez a fama de artistas hoje meio esquecidos como Miss Lene, Jane e Erondi, Kátia, Vanusa, Maria Alcina, As Patotinhas, Agnaldo Timóteo, Ronnie Von, Sílvio Britto, Genghis Khan, Trio Los Angeles, Ângelo Máximo, Márcio Greyck, Gretchen, Harmony Cats, Lilian, entre outros.

O programa consistia de uma disputa entre dois artistas sobre temas musicais. O vencedor voltava na semana seguinte. Antes de se iniciarem os jogos, cada um cantava seu sucesso do momento, fato que deve ter impulsionado muitas carreiras que, de outra maneira, estariam confinadas à programação das rádios AM da vida.

A Globo, muito poderosa e elitista, desprezava a grande maioria dos artistas que apareciam no Qual é a música. O que, na prática, devia fazer pouca diferença, porque, para desespero do senhor Roberto Marinho, ninguém conseguia derrotar o carismático apresentador carioca, nas tardes de domingo.

Amado e odiado em iguais doses, Silvio Santos criou um estilo único. Imitado, parodiado e ridicularizado fartamente, o fato incontestável, para o bem e para o mal, é que ele jamais foi igualado.

Quem viveu essa época jamais esquece verdadeiros monumentos do brega nacional eternizados no programa. Claro que o mais marcante foi mesmo Tranquei a Vida, de Ronnie Von, campeão absoluto da competição, com zilhões de semanas no ar.

A rebolante Gretchen quase abocanhou a coroa de Ronnie (é sério, tinha uma coroa de verdade!). Outro grande competidor foi Silvio Britto (o que aconteceu com ele? Alguém se lembra de alguma música do moço? Eu só consigo me lembrar do visual a la John Lennon e de uma grande simpatia).

Porém, talvez, mais lembrado que os próprios cantores, seja o dublador argentino Pablo. Com um inacreditável penteado de príncipe encantado e uma maquiagem meio carnavalesca cobrindo a metade do rosto, o artista portenho dava pinta impunemente, em plena época de censura e ditadura militar.

Ao longo dos anos 80, a fórmula foi perdendo seu encanto e o Qual é a música caiu, aos poucos, no esquecimento. Não para Silvio, que segue tentando novas versões do programa até hoje.

Para nostálgicos e saudosistas em geral, no entanto, o quadro permanece um ícone de uma época de diversões inocentes, em que a televisão ainda era soberana.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Meus Discos Preferidos: Coletâneas

1The Best OfThe Doors (1985)
Este disco foi simplesmente TUDO para mim, quando tinha em torno de uns 15 anos. A descoberta da música do grupo de Jim Morrison foi um divisor de águas. Depois de Strange Days, The Crystal Ship e The End nada na minha cabeça funcionaria da mesma forma. Pode parecer exagero, mas acredito sinceramente que a arte tem esse poder modificador. E The Best Of The Doors é arte pura.

2 SubstanceNew Order (1987)
Espécie de compilação de clássicos, com remixes e faixas inéditas, este disco duplo fez minha cabeça abrir para sons eletrônicos e tribais e para as possibilidades de manipulação de uma música em estúdio. Para entender a mágica realizada pelo New Order, é só escutar a versão original de Subculture em Low Life e a mutação operada na mesma música, em Substance. Coisa de gênio, mesmo.

3 Louder Than BombsThe Smiths (1987)
Morrissey e Marr sempre foram tão bons em compactos como o eram em LP. Louder Than Bombs é o disco perfeito para conhecer este lado da banda. Panic, Ask, London, Shoplifters Of The World Unite e mais um montão de pérolas, nos levam por uma viagem em que uma canção de 3 minutos pode salvar uma vida (e, no meu caso, já me salvou milhões de vezes...)

4DiscographyPet Shop Boys (1991)
Mestres na arte de confeccionar canções de apelo comercial sem esquecer do bom gosto e da criatividade, estes dois ingleses criaram alguns dos mais marcantes sucessos da década de 80. Embora eles tenham coletâneas mais abrangentes, foi esta que me introduziu no universo muito particular dos garotos da loja de animais de estimação.

5DecadeDuran Duran (1989)
Na primeira metade dos anos 80, não existia banda mais cool que o Duran Duran. Eles gravavam vídeos superchiques, se vestiam impecavelmente e seus discos faziam um cruzamento delicioso entre a música de David Bowie e a do Roxy Music. Apesar de ostensivamente desprezados por boa parte da crítica da época, seus hits resistiram belamente à passagem do tempo, como o prova esta ótima coletânea que vai do primeiro disco, de 1981, até o bom Big Thing, de 1988.

6 AnthologyThe Temptations (1995)
Todo mundo já cantarolou a doce melodia de My Girl, marca registrada desse excepcional grupo vocal americano. Mas, para muito além do pop certinho daquela canção, eles foram responsáveis por verdadeiros pilares da música negra, como Papa Was a Rolling Stone, Just My Imagination e Ain’t Too Proud To Beg, todos presentes neste ótimo álbum duplo.

7 The Immaculate Collection Madonna (1990)
A fase áurea da grande diva da música pop está magnificamente representada nesta bela coletânea. Da celebração hedonista de Holiday até a sublime Vogue, há prazeres variados para todos os gostos.

8Songs To Learn And SingEcho & The Bunnymen (1985)
Outro disco que deu uma grande guinada no rumo dos meus gostos musicais, esta primeira coletânea do Echo era uma verdadeira obsessão. Quem ouviu, aprendeu e cantou Bring On The Dancing Horses, Rescue e The Killing Moon é que sabe o que é ser feliz...

9Greatest HitsAl Green (1975)
Se tivesse gravado somente Let’s Stay Together , Al Green já mereceria um lugar no panteão dos grandes cantores americanos. Mas, o que essa coletânea deixa bastante claro é que seu imenso talento deixou muitas outras marcas. Sensual e espiritual a um só tempo, a música de Green é um deleite para o corpo e a alma.

10Operators ManualBuzzcocks (1991)
Os Buzzcocks eram rebeldes com um coração. Barulho e melodia em iguais doses e grandes músicas do punk rock inglês, como Ever Fallen In Love e Orgasm Addict.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Muito Barulho Por Nada

O que leva um artista a adiar, por 13 anos, o lançamento de um disco? Insegurança? Perfeccionismo? Estrelismo?

No caso do vocalista do Guns N’Roses, Axl Rose, provavelmente, um pouco de cada.

O disco Chinese Democracy foi anunciado incontáveis vezes antes de finalmente ver a luz do dia no segundo semestre do ano passado. Valeu a espera? Sim e não.

O Guns N’Roses foi uma banda legal quando contava com todos os seus integrantes originais.

Lançaram um disco essencial, Appetite For Destruction, e os bons Use Your Illusion I e II. Mas, à época desses dois últimos trabalhos, a banda já dava claras mostras de esgotamento tanto pessoal quanto artístico.

Diante da megalomania cada vez mais incontrolável de Axl Rose, os outros músicos da banda foram, um a um, caindo fora até que a banda ficasse reduzida ao vocalista e a músicos contratados (em quem, certamente, Axl manda e desmanda).

O que nos leva a Chinese Democracy, um disco que poderia facilmente ter saído como primeiro trabalho solo de Rose. Há muito pouco do hard rock de garagem, cheio de adrenalina do primeiro Guns.

Até mesmo com Use Your Illusion as semelhanças são poucas. As boas baladas e rocks setentistas daqueles discos marcam pouca presença.

Há muito pouco a se destacar neste longo trabalho (14 faixas, em mais de 70 minutos), mas, pelo menos, Rose continua com a voz em cima. E para quem curte rock com muita guitarra, vocais agudos, efeitos sonoros e um ou outro momento mais calminho, o disco pode até ser interessante.

Para mim, no entanto, ficou uma grande decepção depois de uma espera tão prolongada e de tantas palhaçadas aprontadas pelo senhor Rose.

De qualquer maneira, resta a esperança de que o próximo venha mais enxuto, como um tiro curto e certeiro.

E com menos de 10 anos de intervalo...

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Entre Plumas e Paetês

Como não sou muito ligado em datas, acabei deixando passar batido o último 28 de junho, onde se comemora o Dia Internacional do Orgulho Gay.

Então, para homenagear a todos aqueles que vivem o amor em todas as suas formas, resolvi selecionar as dez músicas mais gays que já ouvi...

1 I Will SurviveGloria Gaynor
Este hino à independência das mulheres, foi adotado massivamente pelos gays americanos e acabou se tornando uma espécie de tema oficial para homossexuais nos quatro cantos do planeta. Gloria, que não é boba nem nada, ainda gravou outra canção que caiu como uma luva no imaginário cor-de-rosa, I Am What I Am, e foi definitivamente entronada como a porta-voz do movimento.

2 La Vie En RoseGrace Jones
Clássico da canção francesa em bela releitura da ex-modelo, cantora e atriz jamaicana Grace Jones, La Vie En Rose é uma longa (são mais de 7 minutos) ode à paixão e à entrega amorosa. Discoteca básica de 10 entre 10 bibas.

3 Dancing QueenABBA
Linda melodia, vocais esplendorosos e uma letra inocente sobre uma rainha das pistas de dança (pode existir coisa mais gay?). O clássico mais clássico do ABBA e um hit eterno da discoteca.

4 It´s a SinPet Shop Boys
O arranjo grandioso e a letra sobre sexo e culpa compõem a canção gay mais marcante dos anos 80.

5I Love To Hate YouErasure
Outro grupo assumidíssimo, o Erasure dava pinta sem dó nem piedade, ao mesmo tempo que lançava algumas canções deliciosas. Esta faz citação a I Will Survive e torna a vida um tantinho mais feliz durante seus 4 minutos.

6Deeper And DeeperMadonna
Não dá para se falar de universo gay sem mencionar Madonna. Carinhosamente adotada por homossexuais de todas as nacionalidades, faixas etárias e raças, Madonna já devolveu o carinho incontáveis vezes. Deeper And Deeper é, para mim, sua homenagem mais contagiante ao mítico tempo das discotecas. Irresistível.

7 Conga La CongaGretchen
Ela não canta nada. É brega, vulgar e totalmente bagaceira. Talvez por isso mesmo, os gays a amem tanto. Acho mesmo que se não fosse por eles, Gretchen já teria caído no esquecimento. O que seria uma pena, afinal seus “crássicos” são divertimento garantido.

8Y.M.C.AThe Village People
Eles sempre foram muito canastrões, mas não há dúvida que deixaram sua marca na cultura popular dos últimos 30 anos. Explorando o imaginário gay de uma maneira muito estereotipada, o grupo deve ser visto como uma piada. O que não impede que, em alguns momentos, como em Y.M.C.A, acertem em cheio.

9I Feel LoveDonna Summer
A rainha das pistas queimou o filme com os gays quando declarou que a homossexualidade ia contra os desígnios do Senhor (ai, ai...), mas, na década de 70, quando vivia a base de cocaína e sacanagem, Donna gravou algumas das canções mais incríveis da era disco. Como esse monumento eletrônico de altíssimo bom gosto. Tá perdoada, sua louca!

10I Want To Break FreeQueen
Poucos caras foram tão gays e tão machos quanto Freddie Mercury. Embora nunca tenha assumido publicamente (e precisava?), ele encarnou um glamour e uma bichice que, no reino machista do rock, é preciso ter muita coragem para levar adiante. I Want To Break Free é antológica principalmente por seu vídeo, em que os quatro membros do grupo apareciam travestidos.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Discos e Arte

O artista norte-americano Robert Crumb foi um crítico ácido e amoral do sonho suburbano da América branca e protestante. Seus traços personalíssimos criaram uma galeria de tipos na qual o personagem principal é o próprio Crumb.

Seu auto-retrato é tão cruel e impiedoso consigo mesmo como o é com o resto da sociedade. Sexo, misoginia, marginalidade e drogas fazem parte do coquetel “anti-ordem-e-progresso” preparado pelo cultuado cartunista.

A capa concebida por Crumb para Cheap Thrills, disco que revelou ao mundo o furacão Janis Joplin, difere de tudo que se fazia na época. Crumb criou uma pequena ilustração para cada faixa do álbum, originando um mosaico colorido em que uma Janis sensual e gordinha (como, aliás, quase todas as mulheres criadas por ele) predomina. Reflexo, diga-se de passagem, do que se ouvia no vinil.

Gravado em estúdio, com inserções ao vivo, o disco é creditado ao grupo Big Brother And The Holding Company, no qual Janis era “apenas” a vocalista. Mas qualquer um que ouvisse a performance matadora da cantora branca mais negra que já se teve notícia, poderia adivinhar que muito rapidamente o Big Brother é que se tornaria “apenas” o grupo de Janis.

Ball and Chain, Summertime e Piece Of My Heart não são apenas ótimas canções. São a prova de que uma grande intérprete pode dar novo significado a músicas consideradas já definitivas em suas gravações originais.

Tristemente, esse imenso potencial perdeu a luta para a depressão, a solidão e a autodestruição nas quais Joplin se afundou.

Melhor lembrar dela como a piriguete oferecida que ilustra a faixa I Need A Man To Love.

Entre Versos

Eu tenho tanto
Pra lhe falar
Mas com palavras
Não sei dizer
Como é grande
O meu amor
Por você
E não há nada
Pra comparar
Para poder
Lhe explicar
Como é grande
O meu amor
Por você
Nem mesmo o céu
Nem as estrelas
Nem mesmo o mar
E o infinito
Não é maior
Que o meu amor
Nem mais bonito
Me desespero
A procurar
Alguma forma
De lhe falar
Como é grande
O meu amor
Por você
(...)

Como é grande o meu amor por você. Composição Erasmo Carlos e Roberto Carlos.