Há uns cinco anos, acompanho religiosamente cada nova temporada e, embora admita que o estilo da maioria dos candidatos – música pop absurdamente conservadora e convencional – não me agrade, não consigo deixar de torcer por um candidato ou outro.
Nos Estados Unidos, American Idol é um sucesso estrondoso e pelo menos dois ex-candidatos se tornaram fenômenos de venda e popularidade no país: a vencedora da primeira temporada, Kelly Clarkson e o cantor Chris Daughtry (este, apenas 4º colocado em sua temporada, o que prova que vencer não é a única maneira de se atingir o estrelato).
É curioso que a franquia foi comprada pelo Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) e não repetiu por aqui o sucesso do programa americano. Não deixa de ser um sintoma da situação em que se encontra a combalida indústria fonográfica nacional.
A mudança para a Rede Record parece não sinalizar grandes mudanças. Falta uma maior empatia com o grande público e, principalmente, falta um Simon Cowell, o juiz cínico e, por vezes, cruel, que detona aspirantes a astros. Cowel é a alma do show, a pitada de originalidade num formato que poderia ser perigosamente tedioso e insípido.
Com o mundo inteiro abismado com as qualidades vocais da britânica Susan Boyle – revelada num concurso de talentos no qual, aliás, Simon Cowell faz parte do painel de jurados -, parece que a fórmula vencedora de risos e lágrimas de American Idol está longe de perder seus seguidores.