quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Os Tolos e os Ladrões

Elba Ramalho ganhou do Ministério da Cultura mais um ano de prazo para captar recursos via Lei Rouanet para seu DVD O Renascer das Águas. Desde junho do ano passado ela está autorizada a buscar 490 000 reais junto à iniciativa privada para produzir um o DVD ao vivo, que será gravado em Campina Grande.
Por Lauro Jardim
veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/

A notícia acima me foi enviada por um amigo e tirada do blog Radar on Line.

Não conheço os detalhes da referida Lei Rouanet nem muito menos os meandros pelos quais artistas e produtores culturais têm que enveredar para conseguir financiamento para seus projetos.

A grosso modo, parece-me que a Lei possibilita que empresas privadas possam deduzir de seus impostos devidos o que houverem investido em arte e cultura. Ou seja, o dinheiro que seria revertido para saúde, educação e segurança pública, via imposto de renda, acaba financiando espetáculos, peças de teatro, exposições etc.

A princípio não tenho nada contra. Acho que uma das funções do Estado é promover a cultura nacional e levá-la a todos os cantos deste imenso país.

O problema é quando a gente fica sabendo que “medalhões” do nosso meio cultural que, teoricamente, teriam como se bancar, se beneficiam – e muito – de uma Lei que deveria privilegiar pequenas iniciativas, movimentos populares e expressões tradicionais da nossa cultura.

Se, ao menos, os produtos gerados por meio de tal mecanismo chegassem ao público de maneira acessível, vá lá!

Mas, considerando que aqui em Brasília, por exemplo, ninguém paga menos que cem reais para assistir a um show de Maria Bethania, Caetano Veloso ou Chico Buarque, a conclusão óbvia a que se chega é que estamos pagando duas vezes para manter essa gente! E caro!

Eu, particularmente, estou fora.

Enquanto milhares de artistas penam para sobreviver com um mínimo de dignidade, a proprietária de aviões chamada Ivete Sangalo segue se aproveitando de brechas de uma lei canhestra para financiar suas superproduções.

Besta é quem ainda acha esse povo o máximo...

4 comentários:

gentil carioca disse...

Sou a favor de temporadas populares obrigatórias para toda e qualquer iniciativa artística patrocinada com dinheiro de impostos.
abçs

Miguel Leocádio Araújo disse...

Concordo com você. Neste país, parece que só o já visto, o já esperado, o que já se sabe como é, o que certamente "rende", é que acaba se beneficiando de maneira privilegiada de leis e incentivos dos mais diversos tipos.

Luis Valcácio disse...

Concordo totalmente, Carioca! Mas temporadas populares por aqui somente no Centro Cultural do Banco do Brasil. E tem que madrugar na bilheteria para conseguir ingresso!
abcs

Anônimo disse...

caríssimo luis valcácio, é deprimente assistir tudo que possa melhorar as coisas no brasil tornar-se meio e fim de enriquecimento ilícito. somos tão canalhas assim?. "v" neles.