quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Que Venha 2010!

Charles Dickens em seu Um Conto de Duas Cidades, abre a narrativa com a clássica frase: Foi o melhor dos tempos e foi o pior dos tempos... Acho que, na verdade, todos os tempos são um pouco assim. Não acredito nessas pessoas que abrem o bocão para anunciar aos quatro ventos que tiveram um ano perfeito. Igualmente não levo a sério quem proclama apenas desgraças.

Dentro desse espírito, penso que 2009 veio carregado de notícias ruins, mas também trouxe coisas muito legais.

O lado pesado do planeta segue seu curso, sem se dar conta da passagem do tempo (fico me lembrando aqui de Renato Russo cantando enquanto o caos segue em frente/com toda a calma do mundo).

Michael Jackson nos deixou cedo demais, assim como Farrah Fawcet, a linda pantera que lutou para provar que era, antes de tudo, uma boa atriz.

Assistimos incrédulos à patifaria no Senado da República e, aqui em Brasília, ao escândalo do governador José Roberto Arruda, que, por enquanto, não resultou em punição de ninguém...

Mas coisas boas vieram no bojo de tanta sacanagem. O Vitrola Encantada foi uma dessas. Este espaço modesto me proporcionou recordar fatos há muito esquecidos, discos empoeirados, revistas amareladas. Melhor que tudo, me colocou em contato com pessoas que, assim como eu, comem, bebem e respiram música e arte.

Acho que o fato de estar escrevendo sobre música intensificou minha paixão e, efeito colateral, aumentou sensivelmente minha coleção.

Das boas surpresas que me apareceram em 2009, destaco:
Cold Fact. Rodriguez.
Clássico perdido dos anos 60, resgatado em toda sua beleza bruta.

A Pedra de Esmeralda. Jorge Ben.
Daqueles discos que nos mostram que a música brasileira já foi popular e vanguardista num mesmo pacote.

Two Suns. Bat For Lashes.
Mais um disco a provar que as mulheres estão definitivamente na linha de frente daquilo que se faz de mais inovador na música contemporânea.

The Pains Of Being Pure At Heart.
Banda que a reaviva a chama do rock oitentista, sem cair no óbvio.

Luz Negra. Fernanda Takai.
Uma ótima surpresa. Takai, que não me dizia nada como vocalista do Pato Fu, desponta como uma das boas promessas da música brasileira que olha para o futuro, sem esquecer de coisas boas do passado.

Lungs. Florence And The Machine.
Até segunda ordem, o melhor disco do ano passado.

The Crying Light. Antony And The Johnsons.
O cantor mais original da atualidade em mais uma obra de sensibilidade e emoção à flor da pele.

Together Through Life. Bob Dylan.
O veterano bardo americano crava outro clássico em uma discografia rica em discos importantíssimos.

Further Complications. Jarvis Cocker.
O vocalista da cultuada banda britânica Pulp, em seu segundo (bom) disco solo.

Os Mutantes.
O primeiro álbum do grupo paulista segue intocável em sua aura de genialidade e abundante criatividade. Para se redescobrir sempre!

Um comentário:

Rosan disse...

olá.
concordo contigo, nem tudo é bom e nem tudo é ruim, no ano...a vida é cheia de altos e baixos...nem só lagrimas, e nem sempre risos....
adoro Renato Russo...a musicas dele tem alma....

beijo