quarta-feira, 12 de maio de 2010

Discos e Arte

Há artistas tão talentosos no meio pop que sua criatividade se espalha por outras áreas.

Alguns cantores e cantoras se aventuram nos palcos e em filmes, enquanto outros estampam nas capas de seus discos suas habilidades com pincéis e tintas.

Em certos casos, o talento é tamanho que extrapola o mundo puramente musical e chega a galerias de arte.

David Bowie, Ron Wood (guitarrista dos Rolling Stones) e o extravagante Marilin Mason já tiveram suas obras expostas em prestigiados circuitos de artes plásticas do Primeiro Mundo.

Verdadeira lenda do rock e do folk americanos, o cantor e compositor Bob Dylan já estampou suas vigorosas pinceladas em discos próprios e de outros. Sua capa para o primeiro disco do The Band é antológica.

Representação entre o sofisticado e o ingênuo, a pintura que ilustra Music From Big Pink, mostra um grupo de músicos alegremente envolvidos na execução de uma canção enquanto, no fundo, um elefante dá um toque de surrealismo ao quadro.


Já a cantora Joni Mitchel ilustra suas capas com desenhos de traço delicado e sutil.

Seu álbum Ladies Of The Canyon traz um belo trabalho de linhas que apenas deixam entrever a silhueta da compositora.

Há também uma capa lindíssima feita por Joni para o álbum So Far, do super-grupo Crosby, Stills, Nash & Young. Nela, Joni demonstra toda sua habilidade para captar a essência de um rosto com traços mínimos.

Finalmente, gostaria de destacar o trabalho gráfico do cantor Cat Stevens, atualmente conhecido por seu nome islâmico Yusuf.

Stevens, que andou manchando seu passado de baladeiro folk quando declarou seu apoio à condenação à morte do escritor Salman Rushdie pelo Aiatolá Khomeini, do Irã, já foi um típico bicho grilo que fazia canções simples e acústicas para se cantar em volta de uma fogueira.

Para completar o clima bucólico, a grande maioria de seus discos na década de 70 trazia ilustrações que pareciam saídas de livros infantis feitas pelo próprio Stevens.

Sou particularmente seduzido pela capa de Teaser And The Firecat, na qual um garoto e um gato cor de fogo se aproximam cheios de desconfiança.

Curiosamente, nos dois discos lançados com seu novo nome, as capas não exibem desenhos de Yusuf.

Será o ato de desenhar também um pecado punível com a morte?

Vai saber...

4 comentários:

Rogério Santana disse...

Bom, amante da música e das artes plásticas, fica meio óbvio eu dizer porque adorei essa postagem. Valeu, Valcácio.
Ps: Eu tinha aquele histórico vinil do Milli Vanilli. Me arrependo amargamente de ter me desfeito dele. Hoje não consigo achar nem as gravações (só mesmo a 'Girl I'm gonna miss you'). Parece que não foi lançado em Cd. Você poderia me dar alguma dica de como conseguir? Abraço.

Luis Valcácio disse...

Rogério, após a revelação da farsa em torno do disco do Milli Vanilli, a gravadora Sony/BMG tirou o disco de circulação. Problemas com direitos autorais, brigas na justiça e outras baixarias fazem com que o disco permaneça fora de catálogo. No entanto, acho que não é muito difícil encontrar alguma coisa deles em sebos (se você tiver um toca-discos, é claro). Eu, por exemplo, encontrei um discos de remixes há pouco tempo aqui em Brasília. Na rede, acredito que se fuçando com paciência, seja possível baixar, mas realmente não saberia te dar o caminho das pedras.
Grande abraço.

Anônimo disse...

texto interessantíssimo, luis. meus parabéns pela postagem.

lázaro luis lucas
brasília-df

Rogério Santana disse...

Obrigado, Valcácio. Vou revirar os sebos da Sé,heheh. Recentemente comprei um toca discos (teac) que grava direto do vinil para o pen drive em mp3. Se eu encontrar o disco faço a conversão e mando pra vc, blz? Valeu. Um abraço.