segunda-feira, 13 de julho de 2009

Rock Beneficente

Hoje, 13 de julho, é o Dia Internacional do Rock. Pode? Pode. Tem-se dia para tudo atualmente, e o rock não poderia ficar de fora.

Pesquisando na internet, descobri que a data é comemorada desde 1985, ano no qual nos dois lados do Atlântico se realizou o mega-show beneficente Live Aid, evento que reuniu a nata do pop-rock do período.

Lembro que foi num compacto do show exibido pela Rede Globo, que vi pela primeira vez o U2. Confesso que não entendi direito aquela banda com postura messiânica, canções politizadas e um vocalista metido a galã que, lá pelas tantas, puxava uma garota da multidão e ficava abraçadinho com a coitada. Eu hein...

O que eu achei o máximo mesmo foi Tina Turner roubando o show de Mick Jagger. Que mulher era essa, pessoal? Ninguém segurava Tina. Além de cantar demais, ela dominava o palco como se fosse um furacão de energia e brilho. Junto a Jagger, interpretou State Of Shock.

Histórico também foi Freddie Mercury dominando o público de Wembley como se tivesse no quintal de sua casa. Em Radio Ga Ga e We Will Rock You, o líder do Queen regeu o estádio, dançou de um lado para o outro e, como sempre, cantou divinamente. Acho que, em toda a história do rock, nunca existiu um vocalista que tivesse tamanho prazer em estar num palco. Vê-lo era um privilégio.

No mais, Duran Duran no piloto automático, Dylan mal acompanhado de Keith Richards e Ron Wood (estavam todos bêbados?), Madonna vestida como garota-propaganda da pior moda produzida na época, Sting no auge da carreira-solo, e um monte de gente que desapareceu completamente (quem se lembra, por exemplo, de Spandau Ballet?).

Obviamente que espetáculos como esse não resolvem os problemas que os motivam. A fome na África segue matando pessoas todos os anos, mas me parece que as intenções do idealizador do Live Aid, Bob Geldof, eram as melhores.

Se rock stars usam desses eventos apenas para se autopromoverem, aí já é outro problema. Só me incomoda um pouco é que tenha sobrevivido na memória coletiva apenas a festa, enquanto a tragédia por trás dela continue esquecida.

2 comentários:

Robson disse...

Aí Luis, parabéns pelo post, acho que você captou muito bem o que foi o espetáculo Live Aid, uma tentativa de reviver o "Concerto para Bangladesh" onde George Harison tentou chamar a atenção do mundo para a fome em Bangladesh, que serviu de inspiração para Bob Geldof, artisticamente prefiro o do George e infelizmente concordo plenamente com o final do seu comentário, pura realidade.
Abraços
Robson

Luis Valcácio disse...

Realmente o Concerto para Bangladesh foi a mãe de todos os eventos beneficentes. Bem lembrado.
Grande abraço