sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O Insustentável Peso do Som

Acho impressionante que uma banda de mais de três décadas de atividade, que já perdeu seu carismático vocalista original e sempre foi acusada de repetir o mesmo som disco após disco, continue atraindo multidão a seus shows e, mais surpreendente ainda, continue vendendo muitos discos numa época em que ninguém mais se dá ao trabalho de comprá-los.

É o caso da banda australiana AC/DC, que se apresenta hoje, na cidade de São Paulo , num show que teve ingressos esgotados à velocidade da luz.

O que há de tão especial na banda de Angus Young e Brian Johnson? A princípio, nada. Mas, numa análise mais cuidadosa, há tudo.

O AC/DC é um caso raríssimo de uma instituição roqueira. Eles, há muito, transcenderam o simples rótulo de banda de hard rock e se inseriram no imaginário da história do rock, como somente as grandes bandas conseguem. Do grupo de garagem que tinha um guitarrista excêntrico, eles acabaram se tornando um mito, um símbolo de molecagem e fé no ideário rock’n’roll.

Encontro paralelo somente nos Ramones, com a diferença de que o grupo nova-iorquino nunca atingiu os números impressionantes alcançados pelo AC/DC.

Contra o grupo há o batido argumento de que são repetitivos e acomodados. Bobagem. Ainda que não tenham gravado nada de realmente relevante desde Back In Black, disco de 1980, o AC/DC segue perfurando tímpanos e encantando garotos bitolados e coroas beberrões. Para estes, a trilha sonora ideal ainda é um bom duelo de guitarra entre os irmãos Young.

Um comentário:

Elisa Bezerra disse...

Apaixonada pelo Angus.