segunda-feira, 23 de novembro de 2009

A Prova dos Três

The Killers, The Strokes, Kaiser Chiefs e Arctic Monkeys. Todas, bandas jovens. Todas, já em seu terceiro disco. E a pergunta que não quer calar é a seguinte: o que ficou do brilho e do talento demonstrado no primeiro disco?
As respostas variam de uma para outra banda, mas é inegável que nenhuma delas repetiu os resultados empolgantes do primeiro trabalho.O The Killers, que esteve este final de semana se apresentando em São Paulo , lançou em 2004 o cd Hot Fuss, um dos melhores daquele ano, campeão de vendas e verdadeira fábrica de sucessos.
As expectativas em relação ao segundo eram, naturalmente, muito grandes. Sam’s Town, de 2006, não decepcionou quanto aos singles de sucesso. Estão lá belas canções como When You Are Young, Bones e Read My Mind, mas falta a unidade do disco anterior.
Ainda assim, eu me mantive com fé em Brandon Flowers e seus companheiros. Fé que se despedaçou em Day And Age, um trabalho anêmico que apenas chafurda nos bons sons dos anos 80. Para mim, não se salva nada.Já o Kaiser Chiefs surgiu como um verdadeiro furacão no cenário estagnado do rock inglês e lançou, em 2005, o ótimo Employment.
Puxado pelo grito de guerra chamado I Predict A Riot, o disco reeditou os melhores momentos do britpop, ao mesmo tempo em que citava influências de Beatles, Kinks e The Jam.
A mágica durou pouco. Os discos seguintes dos Chefes são imitações apagadas do esplendor de sua estréia.
No caso do The Strokes, o grupo novaiorquino parece nunca ter conseguido fazer jus a seu auspicioso début. Is This It causou furor entre críticos, modernos e jovens roqueiros.
Eu, particularmente, não vi motivo para tanto barulho. Para mim, eles apenas reciclam o som de garagem de gente como The Stooges, Velvet Underground e The Modern Lovers. Sem a mesma criatividade, diga-se de passagem.
Nos trabalhos seguintes, o que já era diluição virou pura repetição. Mas para não dizerem que tenho má vontade com o grupo, até gosto um pouquinho do segundo disco, Room On Fire.
Finalmente, deposito grandes esperanças no Arctic Monkeys, grupo de jovens ingleses que se beneficiou de ampla propaganda via My Space e surgiu como uma das grandes promessas do rock britânico feito nos anos 2000.
O primeiro disco é ótimo, o segundo não é nenhuma maravilha, mas também não é nenhum horror e o terceiro...
Bem, o terceiro já está na estante esperando sua devida apreciação. De qualquer maneira, tendo sido produzido por Josh Homme (o homem por trás do ótimo Queens Of The Stone Age), espero, no mínimo, um grande disco de rock.

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