
É o que fica evidente quando se escuta a caixa Salve, Jorge!, que reúne todos os discos lançados pelo cantor e compositor entre as décadas de 60 e 70. De Samba Esquema Novo, de 1963, que, como o próprio nome diz, estabeleceu uma nova forma de tocar samba até África Brasil, de 1976, este conjunto de trabalhos mostra a evolução de uma musicalidade que pode se arrogar o adjetivo de única.
A quantidade de clássicos é de deixar qualquer um de queixo caído. Há canções que eu, inclusive, só conhecia na versão de outros artistas (caso de Balança Pema e Cinco minutos, ambas regravadas com classe por Marisa Monte e Eu Vou Torcer, que ganhou recentemente uma versão chinfrim de Fernanda Abreu).
Os grandes destaques da caixa ficam por conta do histórico A Tábua de Esmeralda, de 1974, no qual Jorge discorre com sua lírica muito particular sobre temas como alquimia, Idade Média, vida em outros planetas e orgulho negro e África Brasil, disco em que a guitarra elétrica passa a tomar o lugar do violão e o namoro do músico com ritmos negros norte-americanos fica mais intenso.
Mas, em todos os trabalhos há razões de sobra para se deleitar com a ginga, a brasilidade e universalidade de um som que influenciou de forma decisiva não só a música nacional como a internacional.
Que o diga Rod Stewart, que chupou descaradamente o refrão de Taj Mahal em um de seus maiores sucessos, Do You Think I’m Sexy.
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