segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Vovôs Indie

Parece que foi ontem, mas há dez anos a banda californiana Grandaddy lançava um dos discos mais viajantes, enigmáticos, belos e inesquecíveis de todos os tempos, The Software Slump.

Na época que o disco saiu aqui no Brasil, já havia lido alguma coisa sobre a banda, principalmente coisas que os comparavam ao Radiohead. Com a distância que só o tempo pode proporcionar, pude ver o quanto tais comparações eram indevidas.

O Grandaddy, na verdade, foi um grupo único, uma dessas maravilhas saídas da cena independente americana que, vez ou outra, nos brindam com discos próximos da perfeição.

A maioria desse pessoal fica pelo caminho, destruída pela enorme máquina que suga e tritura tudo que ousa ser diferente e alternativo. Foi assim com Elliott Smith, com Quasi, com A Promise Ring e com tantos outros. E foi assim também com o Grandaddy.

O grupo se separou em 2006, após quatro discos que arrebanharam uma fiel e pequena legião de fãs.

Cheguei a vê-los ao vivo no extinto Free Jazz Festival, numa noite que trazia também os escoceses do Belle And Sebastian e os islandeses do Sigur Ros. Entre a lentidão quase sonífera dos últimos e a celebração nostálgica dos primeiros, para mim quem deu o show de rock da noite foi mesmo o Grandaddy. Quarenta e cinco minutos ininterruptos de muita melancolia tocada com energia punk se gravaram para sempre na minha cabeça. O resto do público parecia nem saber de quem se tratava. Azar deles.

O Grandaddy era, e continua sendo, um precioso tesouro escondido.

Um comentário:

Laila Paschoal disse...

Luis,
Fiquei super curiosa em ouvir Grandaddy, ainda mais sabendo que o compararam com o Radiohead (que eu gosto de poucas músicas).
Bom.. download já! rsrs
Um beijo,
Laila