terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Os Beatles Suecos

Na cena final do filme Mamma Mia, as atrizes Meryl Streep, Julie Waters e Christine Baranski interpretam o clássico Dancing Queen em ridículas roupas vindas diretamente dos anos 70.

É o melhor momento de um musical meio sem pé nem cabeça que só se segura pelo carisma de Streep (haverá no universo outra atriz como esta?) e pela simpatia do restante do elenco. Preenchendo as lacunas de um enredo bobinho, estão as músicas do grupo sueco de maior sucesso da História, o ABBA.

Durante muito tempo eles foram para mim uma espécie de epítome da cafonice e do romantismo meloso. Canções como Fernando e Chiquitita ganharam inusitadas versões da paraguaia Perla, o que, de certa maneira, só fez aumentar a aura de brega em torno dos suecos.

Foi preciso conhecer a coletânea Gold, um álbum duplo com 19 sucessos, para que eu redescobrisse a perfeição das composições de Benny Anderson e Bjorn Ulvaeus e os vocais impecáveis das sereias Agnetha Faltskog e Anni-Frig Lyngstad.

Dancing Queen, Voulez-Vous, Lay All Your Love On Me, Super Trouper, Waterloo e tantas outras são canções-celebrações, pequenas peças de 3 a 4 minutos, que têm a mágica capacidade de nos fazer um pouquinho mais felizes.

Não por acaso, o culto à banda só tem crescido nas últimas décadas. Considerando que eles não gravaram nada de novo desde o início da década de 80 e que supostamente recusaram propostas bilionárias para uma nova turnê, é o caso de se concluir que tamanha adoração mundial deve-se exclusivamente à qualidade perene de suas canções.

É por isso que podemos, sem nenhum exagero, chamá-los de Beatles suecos.

2 comentários:

Serginho Tavares disse...

a música pop encontrou seu apogeu com o ABBA

Luis Valcácio disse...

Que o diga Madonna e sua Hang Up...