sábado, 13 de junho de 2009

Disco da Semana

É incrível que a máxima de que na natureza nada se cria, se repita miseravelmente em relação às artes.

Enquanto, hoje, muita gente – inclusive eu - fica babando por artistas como Bon Iver, Fleet Foxes e Iron& Wine, a verdade é que a musicalidade “pura” e orgânica desses artistas já havia sido explorada muitas décadas antes.

Exemplo disso é o disco If I Could Only Remember My Name, do músico americano David Crosby. Lançado em 1971, trata-se do primeiro registro solo de Crosby, que, na década de 60, foi pioneiro do folk eletrificado à frente do The Byrds, grupo que eternizou canções de Bob Dylan como Mr. Tambourine Man e My Back Pages.

Junto a Neil Young e, mais frequentemente, Stephen Stills e Grahan Nash, formou o primeiro super-grupo da história e, ao longo de uma carreira de mais de quatro décadas, consumiu mais drogas e se envolveu em mais escândalos do que produziu boa música.

If I Could Only Remember My Name é seu testamento musical, o disco pelo qual Crosby será sempre lembrado. Dono de uma sonoridade cristalina, é um trabalho na qual a bela voz de Crosby mergulha o ouvinte em doces sonhos, em que o ideário hippie ainda está impresso em cada letra.

Mesmo em rocks mais pesados (como Cowboy Movie, de longos e inebriantes 8 minutos), Crosby parece querer nos levar para uma terra prometida, onde se come o que se planta, a natureza é respeitada e o amor é livre e incondicional.

Ingênuo e piegas? Pode ser, mas cantado por esse velho hippie, tudo fica absurdamente crível e prazeroso.

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