quarta-feira, 10 de junho de 2009

Meus Discos Preferidos: Black Music

1 What’s Going OnMarvin Gaye (1971)
Este disco já foi eleito pelo jornal inglês New Musical Express como o melhor de todos os tempos. Uma escolha pouco usual, mas não exatamente equivocada. What’s Going On é o momento em que as músicas certinhas da fábrica de hits da Motown se deparam com a dura realidade de um mundo em guerra, com sérios problemas ambientais e muita violência nas grandes cidades. Tudo conduzido pela voz mágica do maior cantor que esse planeta já conheceu.
2 I Never Loved A Man The Way I Love YouAretha Franklin (1967)
Uma cantora extraordinária, uma coleção de canções inesquecível. Ninguém nunca pediu para ser respeitada com tamanha urgência – em Respect, de Otis Redding - ou gritou pela necessidade de mudanças sociais com a alma inteira saindo pelas cordas vocais – em A Change Is Gonna Come, o monumento de Sam Cooke, em sua versão definitiva. Todo mundo devia escutar este disco ao menos uma vez na vida.
3SuperflyCurtis Mayfield (1972)
Trilha sonora para um dos grandes sucessos do gênero cinematográfico, que ficou conhecido como Blaxploitation, Superfly é também a obra-prima de um dos gigantes da música negra americana, Curtis Mayfield. Recheado de fortes comentários sociais – criminalidade, a vida nos guetos, tráfico de drogas -, Superfly permanece tão atual quanto à época de seu lançamento. Não é para menos: os arranjos orquestrados, as guitarras espertas e, sobretudo, a voz doce de Mayfield brilham intensamente em qualquer tempo e lugar.
4 Fulfillingness’ First FinaleStevie Wonder (1974)
Outro garoto de ouro da Motown, que virou a mesa e passou a fazer discos altamente pessoais, Stevie Wonder é uma figura de uma musicalidade impressionante. Não bastasse sua voz única – um misto de masculino e feminino que tem intrigado há décadas -, Wonder ainda é um músico ousado e curioso o suficiente para juntar num mesmo disco, gospel (Heaven Is 10 Zillion Light Years Away), funk (Boogie On Reggae Woman) e puro romantismo (Too Shy To Say).
5 Live At The Harlem Square Club, 1963Sam Cooke (1985)
Lançado mais de vinte anos após sua gravação, esse disco incrível é o registro definitivo de um cantor que influenciou 10 entre 10 cantores negros americanos (e ouso dizer, muitos brasileiros). Ao vivo, Sam Cooke era pura dinamite, um mestre de cerimônias elegante e sensual que conduzia a platéia com entusiasmo e grande energia. Para ouvir e lembrar que um dia a música para bailar – como se dizia naquelas épocas – era feita também para se cantar junto.
6 High Priestess Of SoulNina Simone (1966)
Apropriadamente intitulado Alta Sacerdotisa do Soul, este disco é um monumento a uma voz nascida para enfeitiçar e maravilhar todos que a ouvem. Simone foi um farol na luta pelos direitos de igualdade civil dos negros americanos, e isso transparece em cada uma de suas interpretações. Ainda que, por vezes, os arranjos de algumas canções sejam melosos e sem originalidade, a qualidade vocal dessa cantora divina é sempre imperdível.
7 Off The WallMichael Jackson (1979)
Este foi o disco que consolidou a carreira solo do promissor garoto-prodígio dos irmãos Jackson. O repertório é divido entre músicas para cair na pista de dança e outras mais lentas. Para mim, Michael Jackson nunca convenceu como cantor romântico – ele sempre foi uma figura meio assexuada – ,mas quando acelera o ritmo, é simplesmente irresistível.
8 Purple RainPrince (1984)
Poucos artistas conseguiram unir ousadia com potencial comercial como Prince. Durante a década de 80, ele parecia imbatível em sua alquimia de rock, funk, soul e pop. Purple Rain não é exatamente uma trilha sonora. É mais um disco que deu origem a um filme, portanto um trabalho que está além das bobagens perpetradas por Prince na tela (o filme, para mim, é um verdadeiro horror). Se tivesse apenas a emblemática When Doves Cry e a grandiosa faixa-título, esse disco já seria um clássico.
9 On How Life IsMacy Gray (1999)
Um caso raro de disco contemporâneo feito com o espírito e a emoção dos grandes mestres do funk e do soul, On How Life Is lançou Macy ao estrelato, vendeu milhões de cópias e rapidamente caiu no esquecimento. O que prova, apenas, que vivemos numa época de memória curta e de casos de amor de rápida duração. A qualidade de canções como I’ve Committed Murder, I Tried e I Can’t Wait To Meetchu, entretanto, permanece inalterada e pronta para uma redescoberta.
10Going To A Go GoSmokey Robinson & The Miracles (1965)
Chamar Smokey Robinson de gênio é um lugar-comum, mas não deixa de ser uma constatação importante. Compositor de mão cheia, poeta premiado, cantor de voz suave e envolvente, Robinson é um verdadeiro pilar da música americana. Suas canções já foram regravadas incontáveis vezes, e ele permanece uma referência de pop de qualidade atemporal. Para entender tudo isso, basta apenas escutar The Tracks Of My Tears, faixa de abertura deste disco, de 1965, e uma das marcas registradas de Robinson.

8 comentários:

erotico disse...

Moço inteligente,
Não gosta do Maxwell?
Bjo,
L.

Luis Valcácio disse...

Gosto muito do disco Now, do Maxwell, mas se tivesse que escolher um cantor de soul atual, ficaria com o John Legend. Por pouco, ele não entrou...
Bjo

Unknown disse...

Olha, eu começo a te ler, e vou cantando cada música. Dá uma vontade, vou lá na minha vitrola, tecnics e tasco o bolachão. Vc tá me fazendo reviver meus discos. bjão

erotico disse...

Eu tbm gosto do John Legend, mas gosto muito, muito do Maxwell.

Luis Valcácio disse...

Walkyria, que bom que minhas postagens estejam te fazendo reviver bons tempos. Escutar velhos discos é um dos maiores prazeres que podem existir. Ainda bem que vc ainda tem sua pick up, né?

Dominic Philibert disse...

One of my top ten album of all time!!!!!

Robson disse...

Aí Luís, supimpa é o mínimo que se pode falar desta lista, seu gosto musical realmente é ótimo, só biscoitos finos, descobri a soul music muito tempo depois, sentimento puro, fazer esta lista deve ter sido difícil, afinal só os discos do Marvin e do Stevie já fechavam uma lista.
Como de costume e para não perdê-lo, segue meus pitacos, mesmo sabendo ser quase impossível substituir qualquer disco da lista, pode nomeá-los como 1,5; 2,5; 3,5...
"Don't look back" - Al Green
"Brown sugar" - D'Angelo
"Shaft" - Isaac Hayes, marcou uma época
"Get on the good foot" - James Brown o pai da soul music e um que já postei no meu blog "Nutbush city limits" - Ike & Tina Turner.

Abraços
Robson

Luis Valcácio disse...

Robson,
Black music é uma grande paixão. Da Motown à Stax, acho que se pode selecionar, facilmente, uns cem discos. Da sua seleção só não conheço o disco do James Brown, aliás um artista do qual possuo poucas coisas. Tina Turner é uma cantora excepcional, adoro Private Dancer, por exemplo, que é um trabalho bem pop mas que exibe perfeitamente a grande voz dessa diva.